Moradores da Baixada Fluminense recebem animais de rua e incentivam a adoção 16/03/2015 às 22:40:05
Não importa qual o dia da semana, se está chovendo ou fazendo sol. Não importa a raça, nem a cor. Eles não discriminam. Uns são reservados, outros comem até o pé da geladeira. De uma forma ou de outra, os bichos de estimação alegram a vida de seus donos. Neste sábado é comemorado o Dia dos Animais.
Andressa Reis e Sergio Carolino, de Nova Iguaçu, se consideram pais de quatro filhos: Henry, Latika, Vaca e Júnior. Desde pequena, Andressa pegava os vira-latas da rua e levava para sua casa.
— Eu não consigo vê-los abandonados. Nasci com esse instinto de proteção. Desde pequena trago cachorros para casa — conta ela.
O casal Sergio e Andressa com os cachorros Henry e Latika Foto: Extra / Mazé Mixo
Contagiado pelo amor da mulher, Sergio perdeu o medo de cães e até lhe deu Henry de presente:
— A Andressa era muito apegada à Branca. Quando ela morreu, foi devastador. Decidi comprar um e assumir a responsabilidade, que não é pequena, mas vale a pena.
Casal dá ração para cães de rua
Andressa resgatou a cadela Vaca e suas irmãs. Júnior é filho de Henry e Latika Foto: Extra / Mazé Mixo
Antes de conhecer Andressa, um animal na rua passava despercebido por Sergio. Hoje, ele só consegue pensar em como ajudar. Além de alimentar os seus, o casal dá ração para os que vivem na rua.
— O preconceito com o vira-lata me incomodava muito. As pessoas só sabem dizer “Olha lá revirando o lixo”, mas não questionam o motivo de o bicho estar fazendo isso. É fome, é falta de cuidado — ressalta Andressa.
Jovem larga carreira para cuidar de bichos
A jovem Raquel Carvalho largou a área de química para se dedicar à fotografia e aos animais. O primeiro bichinho resgatado por ela foi o gato Bradinho, que estava correndo dos carros no Centro de Nova Iguaçu.
— Salvo muitos animais por semana. Minha família quase enlouquece. Para despistar, digo que será um lar temporário. Com o Facebook, consigo muitas pessoas para adotá-los — conta ela, que tem seis gatos e dois cachorros dentro de casa, em Nova Iguaçu.
Dos animais resgatados, alguns vivem com a Raquela até hoje Foto: Extra / Mazé Mixo
Para Raquel, um dos casos mais complexos foi o do cão Vitório, que não tinha parte do rosto.
— Foi muito intenso. Eu e meu noivo o pegamos, levamos correndo para a veterinária. Ele ficou internado por duas semanas, e já consegui um dono para ele. É gratificante dar um lar para esses animais — conta Raquel, que tem um kit com os principais remédios para fazer os primeiros atendimentos em casa.
Filhotinhos de gatos resgatados por Raquel Foto: Divulgação / Raquel Carvalho
Uma paixão de pai para filha
O primeiro cachorro da auxiliar de enfermagem Lucimar de Souza, de Meriti, foi a Biju. O pai dela era motorista de ônibus e pegou o cão na rua. Desde então, ela resgata cães.
— Todos os meus cachorros são misturados. Sou mãezona mesmo, incluo as despesas deles nas contas mensais, me estresso, brigo e dou muito carinho. Eles retribuem com muito amor — diz ela.
Lucimar com a cachorra Cristal e o gatinho Pipoca Foto: Extra / Mazé Mixo
Dos animais resgatados, Beethoven estava perdido na Avenida Brasil; Cristal, abandonada no sacolão, cheia de sarnas; e Fred era o filhote de um alcoolatra que passava fome:
— Faço o resgate com a ajuda de veterinárias e da minha amiga Ivete. Juntas, cuidamos da cadela Barbuda, que adora picolé.
Família se equilibra para sustentar cães
Fabiana tem oito cachorros de rua no quintal de casa Foto: Extra / Mazé Mixo
A família Castro, de Caxias, tem oito cachorros. Segundo Fabiana, o marido Gilson é caminhoneiro e resgata alguns cães pelo caminho.
— Sempre que pudemos, resgatamos. Temos a situação financeira apertada, mas nos equilibramos e damos um jeito de ajudar. Compramos 15 quilos de ração por semana. Se tivéssemos condição, teríamos mais de cem cães num terreno maior.